Não faltam novidades envolvendo tendências de pagamentos para 2024.
Neste ano, deverão ser lançadas novidades envolvendo o Pix, e mesmo os meios mais tradicionais prometem se modernizar.
Além disso, iniciativas como o Drex, que será a versão digital oficial do Real, e a Open Finance deverão aparecer nos noticiários com os lançamentos previstos para este ano.
Neste texto, você confere o resumo das 8 tendências apresentadas no material Tendências em Pagamentos & Finanças 2024 da Vindi.
Acompanhe e fique bem informado sobre o que nos espera neste ano!
Observe as tendências de pagamentos ou seu negócio corre riscos
As pessoas estão usando cada vez mais meios digitais para fazer suas compras.
Por isso, se você não abrir os olhos para as novidades no mercado de pagamentos, seu negócio corre um sério risco de perder espaço para concorrentes mais antenados.
Segundo relatório divulgado pela consultoria PwC, pagamentos sem uso de dinheiro em espécie deverão movimentar mais de US$ 3 trilhões.
Ou seja, o volume vai triplicar em relação a 2020, quando a marca foi de mais de US$ 1 trilhão.
Esses dados apontam que estamos vivendo uma década de transformação, e essa é uma tendência mundial.
Segundo dados divulgados pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), o volume de transações digitais aumentou 30% em 2022 na comparação com o ano anterior, chegando a 163 bilhões de transferências.
Enquanto as transações digitais vão se espalhando pelo mercado, o contrário acontece com o método mais antigo de pagamentos.
O Banco Central contabiliza que cerca de R$ 40 bilhões em dinheiro físico deixaram de circular somente de janeiro a outubro de 2021.
E cabe destacar que esses dados são referentes aos primeiros meses de funcionamento do Pix, que está ainda mais popular hoje em dia.
De janeiro de 2022 a dezembro de 2023, o número de chaves cadastradas na plataforma saltou de menos de 400 bilhões para quase 700 bilhões.
Portanto, certamente ainda mais cédulas e moedas já saíram de circulação.
Esses dados nos mostram o quanto as empresas de todos os tamanhos e segmentos precisam ficar ligadas nas novidades para não perder vendas.
Por isso, vamos apresentar a partir do próximo tópico algumas tendências que deverão ganhar espaço em 2024.
8 tendências de pagamentos para 2024
As 8 tendências de pagamentos apresentadas a partir de agora foram extraídas do material completo elaborado pela equipe da Vindi.
Confira a partir de agora um resumo de cada uma delas.
1. Modernização de métodos tradicionais
Ainda que o Pix tenha caído nas graças da população e outros métodos digitais também estejam ganhando espaço gradativamente, muitas pessoas ainda preferem usar cartão ou boleto bancário.
De acordo com balanço da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), cartões de crédito e débito movimentaram R$ 939 bilhões no terceiro trimestre de 2023.
Ainda assim, a entidade prepara novidades para que o cartão de débito recupere o espaço perdido para o Pix.
Uma das mudanças deverá ser tornar as transações por esse meio instantâneas.
Além disso, o sistema click to pay deverá permitir transações com apenas um clique em compras pela internet.
Já o boleto segue sendo um meio relevante por ser uma das poucas possibilidades de compras pela internet pela população desbancarizada – ou seja, que não tem uma conta bancária.
Mesmo assim, a Febraban busca melhorias no método, e uma delas já passa a valer no início do ano.
A partir de 19 de janeiro de 2024, os pagamentos feitos em boleto serão liquidados no mesmo dia, ou seja, em D+O.
Também neste ano, o BolePix deverá ganhar mais espaço, dando ao consumidor a escolha entre o boleto tradicional e o Pix por QR Code.
2. Novidades no Pix
Por falar em Pix, o método de transferência instantânea tem colocado o Brasil em destaque mundial quando o assunto é pagamentos account-to-account (A2A) – ou seja, transferências entre contas bancárias sem intermediários.
O material completo da Vindi aponta vários dados que mostram o quanto o meio de pagamento brasileiro vem se destacando no cenário internacional.
Além disso, 2024 deverá ser marcado por três novas funcionalidades que prometem facilitar ainda mais a vida de consumidores e empreendedores.
Uma delas é o BolePix, que já mencionamos no tópico anterior.
A segunda é o Pix automático, que deverá ser usado para cobrar automaticamente os pagamentos recorrentes.
Assim, a partir da autorização do consumidor, a transferência é realizada periodicamente.
A novidade deverá auxiliar diversos setores que realizam cobranças periódicas, de serviços básicos como água e luz até streamings e clubes de assinatura.
O lançamento está previsto para outubro de 2024.
Também neste ano deve ser lançado o Pix parcelado, que hoje é oferecido por instituições privadas, mas terá sua versão oficial.
3. CBDCs se tornando populares: Drex na área!
A digitalização da moeda nacional vai além do Pix.
Assim como vários outros países, o Brasil trabalha na criação de sua própria CBDC (Central Bank Digital Currency) – ou seja, uma moeda digital emitida e regulamentada por um banco central.
No caso do Brasil, o Real Digital foi batizado como Drex e já está em fase piloto, com 500 transações bem sucedidas já realizadas.
Os testes estão sendo realizados por um grupo com instituições financeiras, bandeiras de cartão e plataformas de tecnologia, como a ClearSale.
O projeto teve início em 2023 e deverá ser concluído até o final do ano seguinte.
A ideia é que a nova moeda funcione como uma representação digital do Real, portanto este não é um projeto para substituição da moeda física.
A emissão será feita em uma plataforma própria, que utiliza a Tecnologia de Registro Distribuído (DLT) e blockchain.
O investimento em CBDC é uma tendência mundial.
Segundo a PwC, 60% dos bancos centrais do mundo avaliam usar moedas digitais, e 14% já realizam testes.
4. A interoperabilidade de serviços financeiros em grandes empresas
Facilitar o acesso de dados de consumidores a partir da interoperabilidade é uma forma de melhorar os serviços.
Afinal, algumas informações podem ajudar a personalizar ofertas, adaptando a solução às demandas específicas dos clientes.
Por isso, muitos negócios buscam otimizar seus processos financeiros.
Este processo pode ser altamente desafiador para empresas de grande porte, com sistemas consolidados e pouca margem para adaptações.
A melhor alternativa nesses casos é contar com ecossistemas de serviços.
Desta forma, em vez de investir na criação de um sistema próprio, esses negócios buscam parceiros com plataformas prontas, testadas e que estão em uso no mercado.
Como podem trabalhar constantemente na melhoria de seus serviços, os ecossistemas costumam estar alinhados às novas tendências do mercado.
E com uma necessidade cada vez maior de segurança nos processos financeiros, a parceria com um ecossistema garante o uso integrado de tecnologias de criptografia, sistemas antifraude e autenticação em dois fatores.
Assim, além de proteger dados sensíveis da empresa e de seus clientes, é possível construir um ambiente de confiança.
5. Embedded Finance: o que esperar para o próximo ano
O conceito de embedded finance significa a integração de produtos e serviços financeiros por negócios de outros setores.
Já é possível ver essa modalidade sendo amplamente usada no Brasil, mas a tendência de pagamentos da chamada “finança embutida” deve ganhar ainda mais força nos próximos anos.
As empresas de diversos setores conseguem oferecer serviços financeiros por meio das tecnologias de computação em nuvem, Banking as a Service (BaaS) e Software as a Service (SaaS).
Segundo uma pesquisa (em inglês) publicada pela Research and Markets, o embedded finance deve ter um crescimento anual de 27% até 2029 na América Latina.
Ao final desse período, o setor já terá movimentado US$ 13,7 bilhões.
Por ter um mercado de pagamentos avançado, o Brasil deverá ser um solo fértil para a expansão da área.
Entre as novidades a serem exploradas estão o Buy Now, Pay Later (BNPL), uma tecnologia vista como uma versão moderna do tradicional crediário.
Por conta desse e vários outros fatores, 2024 poderá ser o ano em que as empresas se tornarão bancos.
6. Identidades digitais: é o fim da era das senhas?
Iniciativas de identidade digital centradas no ser humano têm avançado pelo mundo inteiro, para buscar uma solução para o problema da falta de registro de uma parcela da população.
De acordo com o ID4D Global Dataset, do Banco Mundial, aproximadamente 850 milhões de pessoas no mundo não têm uma forma legal de identificação.
Por isso, são excluídas de serviços essenciais e benefícios.
Além disso, a melhora nos sistemas de identificação também é uma forma de combater as fraudes por inteligência artificial.
Ataques de deepfakes, que usam a IA para imitar voz e imagem de pessoas, aumentaram 10 vezes entre 2022 e 2023, de acordo com o Identity Fraud Insights Report 2024 (em inglês), da Onfido.
Cada vez mais pessoas contam com ferramentas de síntese de voz e vídeo, o que possibilita ataques de maior escala.
Por causa desse tipo de problema, várias empresas financeiras têm buscado uma modernização dos seus sistemas.
Assim, tecnologias defasadas como o uso de senhas acabam dando lugar a métodos mais avançados como a biometria.
7. IA generativa em gestão de risco e antifraude
Ferramentas de inteligência artificial generativa como o ChatGPT podem ser integradas a vários sistemas para facilitar e otimizar processos.
No entanto, em mãos erradas, essas plataformas podem ser usadas para ataques maliciosos.
Crimes cometidos por meio da IA generativa por plataformas como SMS e WhatsApp já tiveram uma alta considerável em 2023, e tudo indica que essa tendência deve aumentar ainda mais.
Por isso, muitas empresas investem na mesma tecnologia para dar mais segurança a seus processos.
Uma pesquisa (em inglês) da AI Risk Survey Report da KPMG aponta a tendência de aumento no uso de modelos de IA e análise preditiva na área de gestão de riscos cibernéticos.
Devido à capacidade de gerar dados idênticos aos reais, a IA generativa pode ser usada para detecção de padrões anômalos, identificação de fraudes e antecipação de comportamentos.
Por meio dessa tecnologia, é possível preservar a privacidade de dados sensíveis de consumidores.
Além disso, a inteligência artificial pode ser usada também na gestão de riscos e na conformidade regulatória.
8. Open Finance
O Open Finance é um ambiente padronizado de compartilhamento de dados de clientes entre organizações financeiras.
A partir do consentimento do consumidor, as companhias autorizadas a acessarem as informações podem oferecer serviços personalizados a seus clientes.
Com mais de 800 instituições cadastradas, a infraestrutura é regulamentada pelo Banco Central e usa APIs para viabilizar a troca de informações entre as entidades participantes.
O projeto entrou na quarta etapa de sua implementação em outubro de 2023, quando já havia 27 milhões de clientes registrados, segundo dados da Febraban.
A entidade apontou um aumento de 93% no número de consumidores no sistema entre janeiro e setembro de 2023, enquanto os consentimentos ativos subiu 90%.
Os números mostram uma das tendências de pagamentos para 2024: a de aceitação maior ao ambiente por parte do público.
Segundo uma pesquisa da Tecban citada pela Revista Exame, 52% dos consumidores estão dispostos a consentir com o compartilhamento de seus dados por meio do sistema.
Em 2018, esse percentual era de 39%.
Portanto, sua aceitação é mais uma tendência de pagamentos.