SÃO PAULO – Uma maior adoção de pagamentos digitais em detrimento do dinheiro em espécie criaria benefícios da ordem de R$ 125 bilhões a 18 capitais brasileira, de acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de avaliação de dados Roubini Toughtlab a pedido da companhia de pagamentos digitais Visa.
Para realizar a pesquisa, levou-se em consideração o uso desse tipo de pagamento nos 10% de cidades com maior penetração de meios digitais – ou seja, não partiu da premissa (improvável) que as cidades eliminem totalmente o dinheiro em espécie. Depois, aplicou-se esses dados à realidade das capitais brasileiras.
Atualmente, 45 milhões de brasileiros, que movimentam mais de R$ 800 bilhões por ano, sequer têm conta em banco, segundo sondagem recente do Instituto Locomotiva de Pesquisa.
Em São Paulo, por exemplo, se toda a população alcançasse o mesmo nível dos 10%, os benefícios líquidos somados superariam US$ 11 bilhões, somando novos postos de trabalho formais, diminuição de prejuízos relacionados a crimes envolvendo dinheiro em espécie e de gastos com o armazenamento e manuseio de cédulas, entre outros.
No geral, segundo o estudo, os consumidores economizariam R$ 24 bilhões, contando economia de tempo, redução de crimes, entre outros. Já os estabelecimentos deixariam de gastar R$ 54 bilhões graças ao aumento nas vendas e diminuição do tempo de processamento de pagamentos, por exemplo.
Vale destacar que a pesquisa não subtraiu desses resultados as potenciais perdas com fraudes relacionadas ao pagamento digital, como ataques a terminais de pagamentos e clonagem de cartões, por exemplo.
“O aumento do uso dos pagamentos digitais reduz a circulação de grandes quantidades de dinheiro em papel e permite que as cidades alcancem mais rapidamente seu futuro digital, impactando por exemplo, na segurança, com a diminuição de furtos e roubos a estabelecimentos comerciais e a elevar o crescimento econômico, aumentando o nível de emprego, interferindo na alta de salários e na produtividade dos trabalhadores”, afirma Fernando Teles, country manager da Visa.
Com base na metodologia aplicada do estudo, confira abaixo a lista com os benefícios de cada uma das 18 capitais brasileiras estudadas:
Aracaju (SE) | R$1,3 bilhão* |
Belo Horizonte (MG) | R$ 7 bilhões* |
Brasília (DF) | R$8,3 bilhões* |
Campo Grande (MT) | R$1,7 bilhão* |
Cuiabá (MS) | R$1,6 bilhão* |
Curitiba (PR) | R$ 6,2 bilhões* |
Florianópolis (SC) | R$1,4 bilhão* |
Fortaleza (CE) | R$ 4,9 bilhões* |
Goiânia (GO) | R$3,7 bilhões* |
João Pessoa (PB) | R$1,5 bilhão* |
Maceió (AL) | R$1,7 bilhão* |
Natal (RN) | R$1,7 bilhão* |
Palmas (TO) | R$608 milhões* |
Porto Alegre (RS) | R$5,4 bilhões* |
Recife (PE) | R$3,8 bilhões* |
Rio de Janeiro (RJ) | R$24 bilhões* |
Salvador (BA) | R$4,9 bilhões* |
São Paulo (SP) | R$45 bilhões* |
*Cotação do dólar utilizada: R$ 4,16