Três a cada dez consumidores (35%) já usaram o celular para fazer pagamentos com QR Code no Brasil. Essa tecnologia tende a avançar e a se popularizar com o lançamento do PIX, previsto para começar a operar em novembro, segundo o Banco Central.
O PIX vai permitir o pagamento instantâneo 24 x 7 (24 horas por dia x 7 dias da semana), entre bancos e instituições do sistema financeiro, e terá também a opção de uso de QR Code.
O usuário poderá utilizar a lista de contatos de celular ou de QR Code para iniciar pagamentos de forma mais simples e ágil –dispensando o uso de cartão, folha de cheque, cédulas, maquinhinhas, por exemplo.
Entre os 35% de internautas brasileiros que já usaram QR Codes para fazer pagamentos, a maior parte é de consumidores homens, jovens (de 16 a 29 anos) e que pertencem às classes A e B.
Os dados constam da pesquisa Panorama – Comércio Móvel no Brasil, realizada com 2.058 brasileiros, entre 4 e 25 de março de 2020, por meio de parceria do site Mobile Time e a empresa de soluções de pesquisas Opinion Box.
De acordo com o levantamento, o uso do QR Code é cada vez mais difundido por aplicativos de contas digitais, como Ame (carteira digital da B2W, dona das marcas Submarino e Americanas.com), Mercado Pago (fintech do Mercado Livre), PicPay (do Banco Original), entre outros.
Um dos motivos é que esses apps fazem acordos com lojistas para que criem contas em suas plataformas e exibam os QR Codes no caixa no momento de receber os pagamentos.
“É uma tecnologia mais acessível porque pode ser usada por qualquer smartphone com câmera e conexão à internet”, menciona a pesquisa.
Nos últimos meses, diversas campanhas de divulgação foram realizadas para estimular o pagamento por QR Code, oferecendo descontos, cashback (dinheiro de volta) e outras vantagens.
Para Edson Costa, diretor de meios de pagamento do Banco do Brasil, vivemos um momento de mudança de comportamento, e a forma de fazer pagamentos também está mudando.
O banco formalizou parceria com a Cielo na semana passada para oferecer a opção de pagamento com uso de QR Code, por meio do app Ourocard para os cartões de todas as bandeiras emitidas pelo BB.
“Por ser uma solução que não exige tecnologia NFC (Near Field Communication), é mais inclusiva e permite que um número maior de pessoas tenha acesso ao pagamento sem contato”, diz o diretor do BB.
No final de abril, a empresa lançou o Cielo QR Code. Desde então, a nova solução de pagamentos já pode ser usada por clientes e usuários do Bradesco, Banco do Brasil, Agibank, Alelo, Livelo e PicPay.
RITMO DE ABERTURA DE CONTAS DIGITAIS SUPERA EXPECTATIVA DE EMPRESAS
As medidas de isolamento social aceleraram a busca por serviços financeiros digitais e turbinaram o número de usuários e contas nas empresas de meios de pagamento.
O PicPay anunciou que atingiu 20 milhões de contas no início de maio, meta prevista para dezembro deste ano. No final de 2019, eram 13,4 milhões de contas.
Gueitiro Genso, presidente do PicPay, disse à Reuters que, desde a metade de março, o ritmo de abertura de contas mensais subiu seis vezes mais frente à média anterior de 500 mil contas mensais.
Gueitiro Genso, presidente do PicPay, disse à Reuters que, desde a metade de março, o ritmo de abertura de contas mensais subiu seis vezes mais frente à média anterior de 500 mil contas mensais.
Em 2015, o PicPay foi comprado pelo Banco Original, que pertence ao grupo J&F (JBS). O app foi criado em Vitória (ES) há sete anos como uma carteira digital e vem se transformando em um marketplace financeiro, incluindo investimentos, crédito, seguros e assessoria financeira.
O Mercado Livre, que tem seu braço de pagamentos com a fintech Mercado Pago, informou há cerca de 15 dias que irá investir R$ 4 bilhões neste ano no Brasil, apesar do cenário recessivo provocado pela crise.
O investimento será feito para ampliar a estrutura logística e atender a maior demanda por entregas de produtos.
A fintech Mercado Pago opera desde 2004 e hoje atua em sete países –Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai– com mais de 40 milhões de pagantes únicos, segundo a empresa.
Fonte: Noomis Blog