O volume de pagamentos por aproximação ou contactless, aquele em que você somente aproxima o cartão da maquininha sem precisar digitar a sua senha, cresceu 600% em julho deste ano sobre o mesmo mês de 2018 na cidade de São Paulo. E deve avançar ainda mais, ganhando popularidade.

É que, desde o dia 16, o “aproximou, pagou” entra em operação em 200 ônibus de 12 linhas e deve beneficiar cerca de 3 milhões de passageiros por mês.

Funciona assim: a passagem pode ser paga diretamente com o cartão de débito, crédito, pré-pago, celular ou qualquer outro dispositivo, como pulseiras, relógios, roupas –os chamados wearables ou vestíveis–, com a tecnologia NFC (Near Field Communication, ou comunicação por campo de proximidade).

Essa tecnologia permite a troca de informações entre dispositivos sem a necessidade de cabos ou fios (wireless), somente pela aproximação física.

O transporte já está pronto para usar esse sistema de pagamento pelas bandeiras Visa e Mastercard e deve incluir, em breve, a Elo, segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes. O projeto vai funcionar em fase de teste até dezembro e depois deve ser estendido a outras regiões e linhas de ônibus.

“É um passo importante expandir essa forma de pagamento para o transporte e toda a sociedade”, diz Percival Jatobá, coordenador do Comitê de Transformação Digital da Abecs, associação que representa as empresas de meios eletrônicos de pagamento, e vice-presidente da Visa. “O que importa é o consumidor ter o poder de escolher a solução de pagamento que melhor lhe convém”, completou.

Desde abril, o pagamento por aproximação também é feito no metrô do Rio de Janeiro. Em 41 estações que já aceitam essa forma de pagamento, o número de transações por aproximação cresce em média 60% por mês.

Os dados da pesquisa feita pela Visa Consulting & Analytics mostram que esse tipo de tecnologia se expande no país. Entre as cidades com maior crescimento estão Rio, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre, além da capital paulista.

Qual o impacto desse avanço para o setor bancário?
Os bancos são os emissores de cartões e os responsáveis por todo o relacionamento de produtos das diferentes bandeiras com os seus clientes.

Com o pagamento por aproximação no transporte público, os bancos vão “falar” ainda mais com seus consumidores. E, isso, ao menos duas vezes por dia: na ida e na volta do trajeto diário dos passageiros, quando pagarem a passagem com esse sistema.

Os pagamentos por aproximação são considerados ideais principalmente para transações de baixo valor e para diminuir filas.

“Do ponto de vista da experiência do consumidor, de marketing diário e de comunicação, a indústria de pagamentos e os bancos se aproximam ainda mais de seus consumidores”, diz Percival Jatobá, coordenador do Comitê de Transformação Digital da Abecs.

O pagamento por aproximação também avança nos cartões de crédito. Na semana passada, a Visa anunciou mais uma parceria com o Banco do Brasil para uso de cartão sem contato. O BB já emitiu mais de 1,4 milhão de cartões de débito e crédito com essa tecnologia.

Ao menos 4.500 cidades já estão aptas a realizar pagamentos por aproximação no país. Em abril deste ano, a Mastercard informou que teve mais de 3,3 milhões desses pagamentos em todo o Brasil.

Uma em cada cinco transações feitas de forma presencial já é realizada com tecnologia sem contato, segundo dados globais da Mastercard. Até 2022, esse mercado deve ter crescimento anual de 24%.

BRASIL: VICE-CAMPEÃO DAS REDES SOCIAIS
Já parou para ver quanto tempo você passa nas redes sociais? Em média, o brasileiro gasta, com elas, 225 minutos por dia –ou 3,75 horas– o que garantiu ao Brasil o segundo lugar no ranking de países com mais tempo de uso nas redes sociais.

No ano passado, os brasileiros passaram 219 minutos, de acordo com a pesquisa da GlobalWebIndex, empresa de Londres, que analisou dados de 45 dos maiores mercados de internet do mundo. A média global é de 143 minutos.

As Filipinas estão em primeiro lugar do ranking, com 241 minutos por dia. No Japão, são apenas 45 minutos, segundo mostra reportagem da BBC.

INCENTIVO PARA UNIVERSITÁRIOS E STARTUPS
O Empreenda Santander 2019, programa que promove o empreendedorismo universitário, premiou três projetos considerados mais inovadores entre os 4.700 inscritos nesta edição.

Entre eles estão uma startup de transmissão de conteúdos online, um universitário que criou projeto de inclusão de deficientes auditivos e uma microempreendedora que produz roupas plus size no interior da Paraíba. Eles vão receber aporte financeiro, bolsas de estudo e mentoria.

O Bradesco, por meio do inovaBra Ventures, investe R$ 400 milhões em recursos do próprio banco em startups com atividades de interesse que incluem big data, inteligência artificial, blockchain, plataformas digitais e marketplaces.

Não é preciso ser uma fintech para receber aporte, segundo reportagem do Valor.

SÃO PAULO “NAS NUVENS”
A IBM anunciou a criação de um centro integrado de nuvem da América Latina, com três datacenters que deverão entrar em funcionamento até o final de 2020 no Estado de São Paulo.

O objetivo é ampliar a infraestrutura da empresa e aumentar a capacidade de oferecer serviços que incluem principalmente inteligência artificial (IA), blockchain e internet das coisas (IoT).

E qual impacto disso para o setor financeiro e as empresas?

“A conexão de datacenters distintos permite que, caso ocorra um problema, um complemente o outro sem afetar as empresas”, disse Marcos Paraíso, executivo de plataforma cloud da IBM Brasil.

Para Tonny Martins, presidente da companhia no Brasil, o IBM Cloud Multizone Region, nome dado ao sistema brasileiro, é mais do que necessário, porque, com as novas tecnologias, as bases de dados das empresas e instituições se tornam cada vez mais sofisticadas, o que exige não só maior utlização da nuvem, mas também ambientes híbridos e mais seguros.

OS 35 MAIS INOVADORES DO MUNDO
Trinta e cinco pessoas mais inovadoras com menos de 35 anos de idade, criadoras de projetos e invenções inovadoras estão na lista do MIT Technology Review, empresa de mídia digital ligada ao instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Entre as inovações criadas por elas, está um sistema de criptografia de segurança que não precisa de firewall para afastar os hackers. Com o software criado, os invasores não conseguem decifrar dados do sistema mesmo com ataques sucessivos.

Na lista estão pessoas que empregam métodos inovadores para tratar doenças, como levar células brancas de um paciente a atacar células cancerígenas, e até especailistas que criam impressoras 3D gigantes, de seis metros de altura, para construir satélites e foguetes.

NA PRÁTICA
O setor bancário não espera pela regulamentação do Banco Central para avançar no terreno do open banking.

Ações no sentido de compartilhar dados, produtos e serviços entre instituições (desde que os clientes autorizem o procedimento) já estão em prática.

Uma das mais recentes é a parceria que vai permitir aos clientes do banco Original conectar suas contas ao aplicativo de finanças pessoais Guiabolso, segundo reportagem da agência Reuters.

O app pode sincronizar a movimentação da conta, cartões de crédito e de débito e investimentos, por exemplo, além de mostrar o histórico de renda e gastos do usuário.

As regras do BC preveem que, para isso ocorrer, o cliente sempre precisa dar seu aval. Em abril deste ano, a instituição divulgou os requisitos para implementar o Sistema Financeiro Aberto (open banking) no Brasil.